ATA DA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA DÉIMA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 11.07.1988.

 

 

Aos onze dias do mês de julho do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quinta Sessão Ordinária da Décima Segunda Sessão Legislativa Extraordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima, Nereu D`Ávila, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Terezinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker, Wilton Araújo, Jussara Cony e Lauro Hagemann. Constada a existência de quórum, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Raul Casa que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata Declaratória da Quarta Sessão Ordinária e das Atas da Primeira Sessão Extraordinária e da Terceira Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Segunda Sessão Ordinária, foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Adão Eliseu, 03 Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 107/88 (proc. n.º 1379/88), que cria o Gabinete de Assistência Militar ao Prefeito Municipal e dá outras providências; 110/88 (proc. n.º 1448/88), que homenageia vulto da História de Porto Alegre – Escritor Álvaro Moreyra; 113/88 (proc. n.º 1455/88), que declara de utilidade pública a Loja Simbólica Sophia n.º 60, instituição maçônica; pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 02 Pedidos de Informações, sobre o cálculo das tarifas dos transportes coletivos de Porto Alegre e acerca de reunião mantida entre a SMIC e pequenos comerciantes da Zona Norte, dia vinte e nove de junho; do Ver. Artur Zanella, 01 Pedido de Providências, solicitando limpeza de vala e canalização das sarjetas na Estrada Eduardo Prado, imediações do n.º 1639; pelo Ver. Caio Lustosa, 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado a instalação de um posto permanente da Brigada Militar na Vila Brasília; pelo Ver. Ennio Terra, 02 Pedidos de Providências, solicitando retirada de uma árvore do quintal da Av. Bagé n.º 419 e reposição de lâmpada pública na Rua Panambi, frente ao n.º 410; pelo Ver. Flávio Coulon, 03 Pedidos de Informações, acerca da obra, em andamento, na Av. Pereira Passos, n.º 96; da cópia dos extratos das aplicações financeiras do Município, de janeiro de 1988 até esta data, efetivadas em instituições financeiras estatais ou privadas com sede em Porto Alegre; com relação aos cinco maiores supermercados de Porto Alegre (Zaffari, Dosul, Econômico, Zottis e Real): relacionar, com endereço e número, os imóveis utilizados por essas empresas em Porto Alegre; informar, sobre seus projetos, se aprovados, vistorias e habite-se; se tais imóveis possuem proteção contra incêndio; pelo Ver. Hermes Dutra, 01 Projeto de Lei do Legislativo n.º 111/88 (proc. n.º 1395/88), que denomina Rua Normelina Lemes Muniz um logradouro público; 02 Pedidos de Informações, acerca da área que o Município cedeu ou teria cedido para uma escola de Samba instalar uma quadra de ensaios, em frente ao Shopping Center Iguatemi; acerca da Rua H-3 (também conhecida como Passarela H-3), informar: se há expediente tramitando visando ao reconhecimento e oficialização desse logradouro; do Ver. Jaques Machado, 01 Pedido de Providências, solicitando troca de dois bicos de luz queimados na esquina das Ruas Anita Garibaldi e Lucas de Oliveira; pelo Ver. Luiz Braz, 02 Projetos de Lei do Legislativo, n.º 108/88 (proc. n.º 1381/88), que acrescenta artigo à Lei 4187, de 26 de novembro de 1976, que institui o serviço de táxi-lotação e dá outras providências e n.º 109/88 (proc. n.º 1383/88), que altera a lei n.º 5341, de 15 de dezembro de 1983, que institui o serviço de táxi-lotação e dá outras providências; 01 Projeto de Resolução n.º 30/88 (proc. 1382/88), que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Orlando Mussoi, pelo Ver. Mano José, 03 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º 07/88 (proc. n.º 1304/88), que altera dispositivos da Lei Complementar n.º 170, de 31 de dezembro de 1987, que estabelece normas de instalações hidrossanitárias e tarifárias para o serviço de abastecimento de água e coleta de esgotos no Município de Porto Alegre; pelo Ver. Nilton Comin, 01 Projeto de Lei do Legislativo, n.º 103/88 (proc. n.º 1362/88), que denomina Rua Pedro Anselmo Soster um logradouro público; pela Verª Teresinha Irigaray, 01 Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º11/88 (proc. n.º 1347/88), que altera a redação do artigo 94 e o parágrafo 1º da Lei Complementar n.º 133, de 31 de dezembro de 1985; pelo Ver. Valdir Fraga, 02 Pedidos de Providências, solicitando troca de luminárias na Travessa Nova Trento, na altura do n.º 90 e ensaibramento para a Rua Carijós, pelo Ver. Artur Zanella, 04 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º 15/87 (proc. n.º 2768/87), que dispõe sobre a urbanização da orla do Rio Guaíba, entre a Usina da Volta do Gasômetro e a Ponta do Melo, cria Fundo de Saneamento Básico para vilas populares e dá outras providências. A seguir constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento da Verª Gládis Mantelli solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de onze a quinze do corrente. Em continuidade o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Marcinhos Medeiros e, informando que S.Exa. já prestara compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Educação e Cultura. Em Comunicação de Líder, o Ver. Raul Casa comunicou a renúncia do Ver. Frederico Barbosa, ao cargo de 1º Vice-Presidente da Mesa de Trabalho da Casa, discorrendo sobre a validade do trabalho sempre desenvolvido por S. Exa. Falou do lançamento, pelo PMDB, do Programa “Fala Favela”, dizendo que o mesmo está sendo usado com objetivos eleitorais por aquele Partido. A seguir o Sr. Presidente apregoou documentos recebidos dos Vereadores Frederico Barbosa e Rafael Santos em que S. Exas. comunicam suas renúncias, respectivamente aos cargos de 1º Vice-Presidente e 2ª Secretário da Casa. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Cleom Guatimozim teceu críticas ao Programa “Fala Favela” do PMDB, declarando que este projeto foi lançado em face da proximidade das eleições municipais, classificando tal medida como demagógica de parte do Governo do Estado. Finalmente, comparou a um “mini plano Cruzado”. O Ver. Clóvis Brum comentou o programa do PMDB “Fala Favela”, dizendo que este não se trata de um programa com fins eleitorais e sim de um trabalho comunitário do Estado, visando dar melhores condições de vida à população paupérrima das favelas, através da construção de casas. O Ver. Hermes Dutra teceu comentários sobre o programa “Fala Favela”, sugerindo que o PMDB desse continuidade ao mesmo após as eleições, para que ele não fosse rotulado de eleitoreiro. Reportou-se ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º 07/88. Criticou as trocas de partidos verificadas entre os Parlamentares, dizendo que só teremos instituições fortes no momento em que tivemos partidos políticos fortes. O Ver. Jorge Goularte leu notícia do Jornal Zero Hora, sobre a instalação, pelo Executivo Municipal, de duas balanças no Mercado Público, dizendo que durante sua gestão à frente da SMIC isso já foi realizado e comentado programas que implementou naquela época, como a Venda Direta ao Consumidor, o Centro Agrícola Demonstrativo e a Feira de Pequenos Animais. Solicitou a reativação desses programas, em face dos benefícios que representam para a população. O Ver. Caio Lustosa discorreu sobre a intensa movimentação das lideranças políticas e as reformulações partidárias, tanto no plano municipal como nacional, dizendo que o eleitorado, grande juiz do processo democrático, deverá avaliar realmente o comportamento pré-eleitoral da classe política. Salientou ser hora das lideranças fazerem tudo para que ocorram mudanças concretas com vistas ao bem comum, superando-se as tentativas de populismo e conservadorismo e terminando-se com os favoritismos e a clientela eleitoral. E o Ver. Antonio Hohlfeldt falou sobre a luta das lideranças e associações comunitárias do Beco do Adelar, com vistas à construção de um quebra-molas na Estrada Juca Batista. Solicitou à SMT que atenda às reivindicações dos moradores daquela comunidade, em virtude dos constantes acidentes ali observados. A seguir, foi efetuada nova verificação de quórum, registrando-se as presenças dos Vereadores Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Flávio Coulon, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Raul Casa e Valdir Fraga. Constada a inexistência de quórum, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às quinze horas e quarenta e três minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Luiz Braz e Jorge Goularte, o último nos termos do art. 11, § 3º do Regimento Interno e secretariados pelos Vereadores Jorge Goularte, Luiz Braz, Raul Casa e Wilton Araújo, secretários “ad hoc”. Do que eu, Jorge Goularte, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após, distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão. Solicito ao Sr. Secretário que proceda à leitura de Requerimento recebido pela Mesa.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: Sobre a mesa Requerimento de autoria da Verª Gladis Mantelli, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no período de 11 a 15 do corrente.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Mesa comunica à Bancada do PMDB a convocação do Suplente Marcinho Medeiros para assumir a vaga da Verª Gladis Mantelli que se encontra em licença.

 

O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós temos uma convocação extraordinária que vence na sexta-feira próxima, dentro de quatro dias, portanto, e há um Projeto de Lei Complementar que exige formação de comissão específica, que é o que modifica a Lei n.º 170, do cálculo da tarifa d’água e, até agora, a Comissão não foi designada. Eu não sei os motivos, porque as Lideranças já fizeram as suas indicações e o Ver. Lauro Hagemann está interessado.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Hermes Dutra, estou sendo informado de que o Ver. Adão Eliseu instalou, há pouco tempo atrás, a Comissão. Neste momento, está sendo batido um Ofício do Ver. Adão Eliseu comunicando a instalação da Comissão. A Mesa vai mandar examinar o que aconteceu, porque desconhece o que foi feito.

 

O SR. HERMES DUTRA: Eu quero informar a V. Exa. que este Vereador, que é membro da Comissão, não foi avisado, a Verª Jussara Cony, o Ver. Lauro Hagemann, o Ver. Antonio Hohlfeldt, o Ver. Jorge Goularte, o Ver. Caio Lustosa, também, não foram avisados.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu só gostaria de dizer a V. Exa. de que a função de Vice-Presidente tem estes problemas que eu espero superá-los o mais rápido possível, de ter que responder algumas questões das quais não consegue captar toda, apenas a informação da Assessoria da qual já presente o Presidente da Casa vamos tentar esclarecer porque certamente há algum problema no que foi informado.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): A Mesa comunicou há pouco à Bancada do PMDB, para que se convocasse o suplente em função da licença da Verª Gladis Mantelli. Eu solicitaria à Mesa a gentileza de que quando enviasse requerimentos de licença de qualquer Vereador fosse comunicado imediatamente a liderança da respectiva bancada, a fim de que se possa contatar com os suplentes da bancada cujo titular está-se licenciando. A licença da Verª Gládis Mantelli tomei conhecimento há pouco.

 

O SR. PRESIDENTE: O Requerimento de licença da Verª Gladis Mantelli chegou há questão de 15, 20 minutos atrás. Os Vereadores têm o direito de apresentar no momento que desejam.

Ficará o suplente Marcinho Medeiros e está dispensado de prestar juramento por tê-lo feito anteriormente. Declaro-o empossado, e S. Exa. integrará a Comissão de Educação e Cultura.

Com a palavra, em tempo de Liderança do PFL, o Ver. Raul Casa.

 

O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, no início do meu pronunciamento, quero fazer, com muito pesar, uma comunicação à Casa, porque, se há companheiro que merece de nossa parte respeito e consideração, pois é um colega imbuído de profundo respeito e responsabilidade, este companheiro é o Ver. Frederico Barbosa. Pois, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o ilustre companheiro Frederico Barbosa, num gesto de grande solidariedade para com seus companheiros de Partido e num gesto de desprendimento que o exalta diante desta Casa e de seus companheiros de Bancada, solicitou a nossa Bancada que o liberasse da sua honrosa posição na Mesa. Embora todas as tentativas no sentido de demovê-lo deste seu objetivo, as ponderações que S. Exa. nos fez nos levaram a aceitar esta nova postura de Frederico Barbosa que, companheiro e amigo, haverá de, junto à população de Porto Alegre, servi-la tão bem, como serviu a esta Bancada, na Mesa desta Casa. Ao Frederico Barbosa, colega, amigo, irmão, o nosso profundo agradecimento pela forma como se portou, pela maneira como dirigiu os trabalhos nesta Casa, pelo que se fez merecedor – e mais do que isto, credor da nossa profunda e imensa gratidão ao Frederico, companheiro de todas as horas, os nossos melhores agradecimentos por sua postura, pela dignidade com que sempre se impôs no exercício da primeira vice-presidência nesta Casa. Certamente o companheiro que irá substituí-lo, irá fazê-lo, no mínimo, ou no máximo com o mesmo brilhantismo com que se ouve Frederico Barbosa.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nestes dois minutos e meio que me restam do tempo de liderança, não poderia deixar de trazer, de realçar para esta Casa, uma fotografia de capa, do Jornal do Comércio, onde se vê que o PMDB acaba de lançar o Programa Fala Favela, e quem é que nós vemos aqui a distribuir verbas? Em meio a churrasco, chope, salsichão, refrigerante, enfim, como nos tempos em que havia as maiores verberações desse tipo de reunião, nada mais, nada menos, do que o cidadão que deve ter tomado, quando pequeno, mamadeira de serragem, porque tem uma cara de pau, é o Sr. Antonio Britto. É uma coisa triste de se ver a distância entre o discurso e a prática, aqui está o Sr. Antonio Brito com a propaganda de fundo, Sarney, tudo pelo Social, Fala Favela, este é o PMDB, a barbada que nós vamos enfrentar nas eleições de 15 de novembro.

 

O Sr. Flávio Coulon: Nós quem?

 

O SR. RAUL CASA: Nós, do PFL e do PDS, o PFL que é contra esse tipo de coisa, e V. Exa. sabe muito bem, agora, peça ao seu candidato, embora as “mercês” que fazem com o dinheiro público, que venha justificar a sua presença, distribuindo leitinho para as crianças, e depois é aquele comício até as 6 horas da tarde, quando cortejam o poder, e de noite, vão para outra. É esse aí o PMDB desnudado que precisamos denunciar, o PMDB que vai dizer que é contra o Governo até as 6 horas da tarde, e de noite vai distribuir leite e material de construção, e assim por diante. E o que é pior é que tem gente de fora do Estado, para fazer bem vai buscar as bases, como se vê aqui. Este é o PMDB. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): A Mesa dá Questão de Ordem ao Ver. Nei Lima.

 

O SR. NEI LIMA (Questão de Ordem): Ver. Raul Casa, corrija o seu discurso, não é mercês, mas Mercedes.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebeu o seguinte documento: (Lê.) “Porto Alegre, 11 de julho de 1988. Sr. Presidente, comunico a V. Exa. minha renúncia à 1ª Vice-Presidência da Mesa Diretora desta Casa, em caráter irrevogável, a partir desta data. Atenciosamente. Assina Ver. Frederico Barbosa.”

A Mesa dá como recebida e aproveita a oportunidade para dizer e deixar público ao Ver. Frederico Barbosa o seu agradecimento e também deixar bem claro ao Plenário, aos Pares, que a renúncia do Vereador, é de seu cunho pessoal, irrevogável, mas que no trato dos assuntos da Mesa, a Presidência da Mesa e todos seus membros são rigorosamente solidários ao Ver. Frederico Barbosa que nunca agiu em dissonância com os diversos Pares da Mesa, sem divergências de qualquer teor. Agradece à Mesa, especialmente à lealdade com que S. Exa. se conduziu.

Outrossim, lê outro Ofício de outro Sr. Vereador, também datado de 11/07/88. (Lê.) “Sr. Presidente, renuncio, em caráter irrevogável, ao cargo de 2º Secretário da Mesa Diretora desta Casa. Assina Ver. Rafael Santos.” As palavras ditas ao Sr. Ver. Frederico Barbosa, a Presidência da Casa, em nome da Mesa Diretora, agradece também ao Ver. Rafael Santos, do qual a Mesa perde o seu conteúdo de um lado, com sua lealdade, e sobretudo, com a sua fraternidade, onde colocou as questões partidárias abaixo das questões da Casa e conduziu a Casa em estreita consonância com os demais Pares da Mesa.

 

A SRA. TERESINHA IRIGARAY (Questão de Ordem): Sr. Presidente, sempre foi uma luta e um sonho, talvez o tópico desta Casa, fazer uma composição pluripartidária, onde uma Mesa se fizesse representar por diversos segmentos políticos na Casa. Conseguimos este ano e confesso a V. Exa. que saí confortada do meu lugar de Vice-Presidente da Casa porque cedia o lugar a uma pessoa por quem eu tenho o maior respeito e de grande envergadura da Casa que é o representante do PFL, Ver. Frederico Barbosa.

Agora, com a renúncia do Ver. Rafael Santos eu me consterno por ver que a Mesa fica desfalcada de dois grandes elementos políticos, Vereadores da maior seriedade e do maior respeito. Acho que realmente a Casa do Povo perde com a saída destes dois Vereadores. Mas, realmente, gostaria de externar a V. Exa. que novamente reitero o firme propósito que esta Mesa seja pluripartidária e que tenha os representantes de todos os partidos da Casa, porque só assim ela poderá expressar realmente o verdadeiro pensamento político da Casa. Ao Ver. Frederico Barbosa, eu externo o meu desagrado pela sua saída, V. Exa. sempre foi uma figura ímpar na Presidência dos trabalhos e realmente uma figura de grande respeito dentro da Bancada que V. Exa. representa. E ao Ver. Rafael dos Santos também, que é uma figura dinâmica, inteligente, política, externo em meu nome pessoal, e talvez pela Bancada do PDT, o nosso desconforto pela saída desses dois dignos representantes do povo.

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Secretário irá apregoar uma Emenda, que só agora chegou à Mesa.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC” (Luiz Braz): De autoria do Ver. Artur Zanella, ao Proc. n.º 2768/87 – PLE n.º 15/87. (Lê a Emenda.)

“Porto Alegre, 07 de julho de 1988.

 

EMENDA

O Projeto denominado ‘PRAIA DO GUAÍBA’, em análise na Câmara Municipal apresenta pontos positivos, negativos e algumas omissões.

Algumas alterações já ocorrem no Projeto original e outras, com certeza, ocorrerão em caso de aprovação.

Uma omissão parece evidente: na primeira mensagem impressa citava-se a Escola Superior de Marketing, sem que no Projeto constasse a entidade que coordena os principais Cursos sobre Marketing, a ADVB – Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil.

Mas a Entidade não atua somente nesta área, tendo uma vasta gama de atribuições e objetivos, tais como:

- promover o desenvolvimento pleno da potencialidade humana do profissional nas áreas da indústria, comércio e agricultura;

- estudar, difundir e aplicar os princípios e métodos científicos de formação, treinamento e aperfeiçoamento de mão-de-obra;

- aprimorar o padrão profissional dos profissionais do Estado, através de programas de atividades que abrangem a troca e análise de experiências, estudo e divulgação de técnicas de informação de dados que permitam a formação de dados e estatísticas pertinentes;

- propugnar para que os profissionais em sua atividade de tenham sempre presente a responsabilidade que lhes cabe no desenvolvimento econômico e social do País;

- cooperar com os poderes públicos, entidades e autoridades, em assuntos de interesse técnico e profissional;

- fomentar o interesse no País, pelas modernas técnicas de desenvolvimento empresarial;

- participar, coordenar e promover congressos, conferências, simpósios e pesquisas, dentro do País – para cumprimento de seus fins;

- realizar concursos e promoções para incentivar e dignificar as profissões nas áreas públicas e privadas;

- publicar ou divulgar livros, revistas e boletins técnicos nas diversas áreas;

- promover acontecimentos sociais que propiciem melhores conhecimentos econômicos e sociais;

A ADVB é uma entidade de fins não lucrativos, sendo vedada, em seu campo de atuação, qualquer atividade que envolva política partidária, ou atividade de caráter religioso.

Merece assim a oportunidade de construir sua sede própria em terreno cedido pelo Poder Público, enriquecendo o Projeto Praia do Guaíba, caso o mesmo seja aprovado.

(a)   Ver. Artur Zanella

 

EMENDA

Inclua-se nos itens 2.3, 5.4.1 e 5.4.2 a expressão “EE12”, após, respectivamente, as expressões “EE11”, “EE11”, e “EE6” do Anexo I, da Mensagem Retificativa ao PLCE N.º 15/87.

 

EMENDA

Inclua-se, no item 5.4.2 do Anexo I, da Mensagem Retificativa do PLCE N.º 15/87, um subitem com a seguinte redação:

“5.4.2.4. A área EE12 destina-se à Escola da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil, por concessão mediante Projeto Específico.”

 

EMENDA

Substitua-se pelo mapa anexo o mapa n.º 1 do Anexo I, da Mensagem Retificativa ao PLCE N.º 15/87.”

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa ouve o Ver. Frederico Barbosa.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente, mesmo falando em comunicação anti-regimental, agradeço as fraternais palavras da companheira Verª Teresinha Irigaray, bem como as palavras de V. Exa., dizendo que, durante o tempo em que permaneci na Mesa, sendo o Vice-presidente, e o 1º substituto de V.Exa., tive com todos os Membros da Mesa o melhor relacionamento e, acima de tudo, com V. Exa, o que dignificou, certamente, a nossa participação lado a lado.

Quero dizer de público, também, que foi dupla a participação lado a lado de V.Exa., além de políticos, trabalhando em partidos com idéias divergentes ou antagônicas, não se pode deixar de dizer que, eu e V.Exa., por laços consangüíneos nos aproximamos, eis que nesta Legislatura, V. Exa. esteve fora desta Casa durante algum tempo.

Foi extremamente gratificante também a vinculação com V. Exa. na reaproximação de um trabalho que nós, temos certeza, V. Exa e eu, fazemos no sentido de honrar os nossos antepassados.

Agradeço duplamente a V. Exa.

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Ver. Frederico Barbosa, acredito que a única coisa que posso depor é que, em nome pessoal, foi não só de alta valia, mas também altamente gratificante estar lado a lado e caminhar junto com V. Exa. Às vezes, a vida pública separa; às vezes, a vida pública ensina a admirar as pessoas. É o caso.

 

O SR. RAFAEL SANTOS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu desejo, de público, agradecer as palavras de V. Exa. e da Verª Teresinha Irigaray e, igualmente, reafirmar minha satisfação de haver trabalhado ao lado de V. Exa. na Mesa Diretora dos Trabalhos e registrar que, apenas, motivos de ordem pessoal me impedem de continuar, neste momento, ao lado de V. Exa. o que muito me honrou de haver participado desta Mesa Diretora até a presente data. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência agradece em nome da Mesa, mas diz que continuará trabalhando junto com V. Exa., de vez que trabalha junto ao Fundo de Previdência dos Vereadores, onde V. Exa. é um dos Conselheiros junto com este Vereador. De maneira que os antagonismos políticos sempre foram guardados com absoluta sintonia pessoal e sobretudo a respeitabilidade de caráter, de comportamento, de fraternidade junto a V. Exa. Apenas nos desligamos numa atividade mas continuamos em outra, a qual V. Exa. desempenha um papel relevante e sobretudo pela fraternidade que nos cerca. Divergimos por tudo, menos no afeto.

Com a palavra a Liderança do PDT, Ver. Cleom Guatimozim, V. Exa. tem cinco minutos, após o que inscreve-se o PMDB, na pessoa do Sr. Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de todas as demagogias pré-eleitorais que campeiam por esta terra e feitas diretamente pelo PMDB, o Projeto Fala, Favela chega a ser vergonhoso. Vejam Srs. Vereadores que a cinco meses das eleições, o Governador Pedro Simon, que não fez outra coisa no seu mandato senão perseguir os funcionários públicos do Estado, mandou espancar os professores. A Polícia entrou na Assembléia e espancou os deputados. Foram proibidos de entrar na mais alta corte os Desembargadores, na mais alta corte de Justiça do Estado, porque foi fechada a Praça, sem que o Poder Judiciário pudesse entrar na Casa de Justiça do Rio Grande. Pois esse Governo lembrou-se agora que existem favelas. Lembrou-se agora que existem, malocas, mocambos nesta Cidade, e resolveu lançar o Programa Fala Favela. Mas se a favela tivesse que falar esperando pelos recursos do PMDB, não teria voz, por falta de forças.

Agora, Senhores Vereadores, o que se vê?

Uma fotografia em que a favela é a carniça e um bocado de abutres ao redor, dizendo que este plano sim vai salvar, que este é o Plano Messias, que vai salvar a humanidade que vive nas favelas.

Nestes longos anos que estou na vida pública e nesta Casa, ainda não tinha visto, nem sequer falar em uma demagogia deste porte. Que baita demagogia! Que feio fica para um homem do porte do governador Pedro Simon, tantos anos na oposição, lutando para que houvesse mais liberdade nesta terra, e sou uma testemunha ocular disso, e tenho a impressão que S. Exa. está mal assessorado. Quem levou este plano a S. Exa. não teve a dimensão do ridículo que ele representa e da demagogia que se oferece neste Estado e no País todo.

Ora, Srs. Vereadores, antes, descongelaram os preços enquanto contavam os votos nas urnas. Enganaram o povo brasileiro todo. Se contavam os votos nas urnas e já estavam descongelando os preços. Não enganaram um homem: Leonel Brizola. Este ficou sozinho no País, dizendo que era demagogia. Dizendo que aquele suporte não agüentava um peso que fizesse tanta pressão. Pois, no momento que as urnas apontavam pelo congelamento, o PMDB ganhando os governos de quase todos os Estados mas não sem terminada a contagem das últimas urnas, já se dava a disparada dos preços. E agora, “Fala, Favela”, eu sou contra, porque é um programa demagógico às vésperas de eleições. Antes foi o Plano Cruzado, agora esse.

Vejam, Srs. Vereadores, que eu acho que o Governador, uma pessoa respeitada, não só como governador, mas como um dos Líderes de oposição, nesse Estado, na época da ditadura. Ele não pode aquilatar a dimensão daquilo que levaram seus assessores, disseram para ele: “Olha, esse é o mini plano Cruzado, esse dá para enganar o Rio Grande, esse aqui dá para enganar Porto Alegre, esse aqui, embora muitos vão se dar conta, que é uma baita de uma vigarice que se faz na política, outros tantos serão enganados.” E, poderá render frutos, para o Partido que usou o Plano Cruzado Norte a Sul deste País, enganando todo mundo, repito, menos Leonel Brizola.

Vejam, Srs. Vereadores que o “Fala, Favela” ganhou os espaços da imprensa, os pagos e os gratuitos, apresentado como uma notícia salvadora das vilas e dos favelados. Eu pergunto, quando estiverem contando as urnas, já terá acabado o Plano “Fala, Favela”? Ou vai ser chora, favela? Eu espero que a favela não chore, como chorou o povo brasileiro com o Plano Cruzado. Que a favela não chore, por mais essa demagogia que faz o PMDB. Agora, numa Cidade politizada, que se dá conta desses golpes baixos que não faz jus à figura do Governador que tantos méritos trouxe para si, na época da ditadura dos quais ele era Líder. S. Exa. foi enganado, mas espero ainda, porque sou otimista, que o governador se dê conta, porque ele é um homem de bem. Se dê conta que o “Fala, Favela”, é o mini Plano Cruzado, então, eu espero que o Governador suspenda isso, não engane ninguém, para que a favela não chore depois. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tempo de Liderança com a Bancada do PMDB. Com a palavra o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tem alguma coisa errada com este programa comunitário. Se tem alguma coisa errada, concretamente se apresente aqui o que está errado e vamos aceitar esta crítica e vamos tentar acertar.

Não se está fazendo casas através da SEAC no Morro da Fumaça? São quatro mil casas populares que se vão fazer com a SEAC, com a Metroplan e Prefeitura de Porto Alegre. Quando o Prefeito Alceu Collares participou, no Palácio Piratini, da assinatura e do recebimento destes programas, fotografou sorridente ao lado do Governador. Não só porque ele é simpático, mas porque o Prefeito sabia que era uma programação séria, que eram muitos recursos e que não se poderia jogar em outra Capital, deveria se aproveitar. São quatro mil casas que a SEAC fornecerá dinheiro. São quatro mil famílias que deixarão de estar debaixo da ponte para ter um lugar para dormir, para comer, para criar os seus filhos. Nunca esperei que o PDT fosse contra este trabalho comunitário de se fazer casas para as pessoas que não têm. Casas para as pessoas que não têm onde morar. Felizmente, Ver. Raul Casa, o seu liderado, a partir de alguns minutos, parece que deve ser o Presidente da Casa, Ver. Artur Zanella, estava lá no “Fala, Favela”. Mas estava por quê? Estava para ver se o programa funciona, quais são as alternativas deste programa! Agora, sinceramente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este é um programa voltado, com exclusividade, para a população paupérrima, para aqueles que não têm nada. Por que, no lugar de criticar este programa, não nos somamos todos para a perfeição do mesmo, se alguma falha ele tem? Por que, se 4.000 casas são insuficientes para a população de Porto Alegre, não buscar a Câmara, os Vereadores, a duplicação? No lugar de 4.000, 8.000 casas! E digo mais, Srs. Vereadores: eu nunca estive presente a nenhuma destas atividades, mas dou todo o meu apoio para que elas ocorram. E tem mais: grande número destas atividades é desenvolvido por lideranças comunitárias do PDT, do PT e de outros partidos políticos. São lideranças comunitárias e também homens militantes destes Partidos. E nós não condenamos, achamos que o trabalho destes comunitários é importante no processo de ligação entre o governo e a população pobre. Alguma coisa está errada? Venham a esta tribuna e nos digam com clareza.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Em primeiro lugar, ninguém distribuiu leite lá, Vereador. V. Exa. foi mal informado. Tratou-se foi da implantação do “Fala, Favela”, Projeto que, pelas informações que tenho, é para construir casas a quem não tem casa. Agora, convenhamos, a crítica a este Projeto é o desespero daqueles que não fizeram nada no passado, é o desespero daqueles que não querem fazer nada no presente e é o desespero daqueles que pretendem enganar no futuro! Para cada casinha humilde que este programa implantar em Porto Alegre, há um avanço muito grande, uma satisfação, uma audiência, uma correspondência, e uma atenção que o Governo deve a esses humildes que, até hoje, não tiveram vez no bolo Nacional, nem no passado, nem no presente. Acho, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que o Governador Pedro Simon é um homem bem intencionado, nós queremos que este programa chegue a bons termos, e pedimos, por favor, que não condenamos a presença do Dep. Antônio Britto, com larga folha de serviços prestados à causa da democracia, à derrubada dos militares, e nem do Ver. Artur Zanella, homem que sabe e conhece o problema da população pobre de Porto Alegre, porque já foi diretor do DEMHAB. Agora, acredito que se tem falhas, por favor cheguem aqui e não façam discursos politiqueiros, e digam com clareza, retiro a expressão “politiqueiros”, por discursos meramente políticos, mas digam, olha, o PMDB poderia ter feito, em Porto Alegre, 10 mil casas, em relação à população de Canoas, ter feito 2 mil, as casas não são boas, temos dificuldades, os moradores não podem dormir nas casas sem telhados, etc., agora, apresentem fatos concretos, o que está errado, que eu prometo e assumo o compromisso de endossar os fatos errados e lavá-los, imediatamente, ao Governador, a criticá-los, inclusive, de público, não temos problemas no PMDB, as nossas críticas são de público; se o Fala, Favela não está funcionando, vamos fazer esse programa falar, agora, por favor, não critiquem pelo simples fato de criticar; quando o Prefeito Alceu Collares precisou do meu voto para implantar a Casa da Criança, Ver. Guatimozim, votei favorável, porque acreditava que nem que não funcionasse a Casa da Criança, mas naqueles prédios edificados seriam, no mínimo, albergues, para que as crianças de hoje, famintas e esfarrapadas, que dormem em bancos de praças, pudessem pernoitar nesses prédios. Agora, por favor, dêem coisas concretas. Não façam a crítica pela crítica, mas façam uma crítica rigorosa, séria, honesta, dando exemplo, contribuindo. A crítica contribui e nós vamos, Ver. Raul Casa, Ver. Cleom Guatimozim, apanhar dos seus pronunciamentos talvez alguma coisa que possamos aproveitar e ajudar. Não pensem que estamos refutando só por refutar, fazendo a crítica ao seu discurso pela crítica. Não, queremos até entender algumas palavras que talvez os senhores tiveram dificuldade de transmitir a nós. Mas o programa social “Fala, Favela” é um programa que tem uma direção e um objetivo, que é chegar às camadas pobres do Rio Grande e de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PDS, Ver. Hermes Dutra.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria sugerir, nobre Ver. Clóvis Brum, já que V. Exa. pediu para que se sugerissem coisas sobre esse programa “Fala, Favela”, que o programa se chamasse “Fala, Favela, Bebe, Favela e Come Favela”, porque soube que a festança lá foi sensacional. Dizem que corria cerveja, refrigerante. Quem me contou foi o Ver. Artur Zanella que foi lá. Disse que tinha cerveja, à vontade, comida à vontade. Por isto acho que tem de se ampliar: “Fala, Favela, Bebe, Favela e Come Favela”. Uma maravilha. É a minha sugestão de ordem prática, Ver. Clóvis Brum. Outra sugestão de ordem prática que eu daria também é que para que não fiquem falando mal do seu Partido, que é um partido sério, para que não fiquem falando que o PMDB fica fazendo coisas em época eleitoral, eu sugiro que o próximo programa fosse lançado logo após as eleições. Aí não haveria essa dúvida, como foi, a exemplo do PAP – Programa de Alimentação Popular. Lembram daqueles caminhões da COBAL que iam servir as vilas com preços baixos? Foi uma coincidência ter sido de setembro a novembro de 1985. Coincidentemente na época da campanha eleitoral. Eu ia sugerir que esse programa continuasse após as eleições, Ver. Clóvis Brum. Outra coisa que me chamou a atenção, estive vendo pela televisão, e o Ver. Raul Casa falou sobre isso, é que esses progressistas do PMDB, que estão todos dias dando pau no Governo estavam lá tal qual terneiro novo, depois que nasce, grudado no teto da vaca e não larga. É impressionante ver a postura progressista desses membros do PMDB.

E outra coisa, Ver. Clóvis Brum, o que eu iria sugerir, também em termos práticos, é que o programa convidasse o pessoal do PMDB conhecido, os Vereadores aqui da Casa, os Presidentes de zonais, os militantes conhecidos do PMDB, porque o que se viu lá, o que pude observar eram na verdade os “Sarneys boys” que estavam lá agarrando faixas assim como: “Tudo pelo Social” e era bonito ver o Dep. Antônio Britto batendo palmas. Na verdade, faço justiça, ele parecia meio constrangido assim pelo “Tudo pelo Social”, mas estava lá. E o discurso do Sr. Nelson Proença, que aliás quero registar que é uma pessoa muito competente, é muito eficiente e está desenvolvendo um trabalho muito bom, que só é prejudicado pelos interesses eleitoreiros do partido de V. Exa., Ver. Ignácio Neis, o discurso que ele fez foi um discurso de louvação ao Sarney e eu fiquei pensando, pois estava ao lado o Governador, o Dep. Antônio Britto e tantos outros que vão para os jornais dizer que são contra o Sarney e no entanto, na hora de tirar leite, ficam a aplaudir como se fossem uma grande realização sua.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Estou em tempo de Liderança e não posso dar apartes ao mais novo peemedebista da Casa, que certamente enriqueceria o meu discurso, não sei se para contrariar o meu discurso ou para lamentar a saída do seu ídolo do PMDB, que agora foi para o PDT.

Aliás, com a crítica que eu fiz ao PAP, eu já temo até ser criticado pela Bancada do PDT, porque o PAP foi uma invenção do ilustre candidato a Prefeito Carrion Jr., na tentativa de ganhar votos nesta eleição.

Mas, nestas andanças de lá para cá e daqui para lá, na verdade, Sr. Presidente, nós ficamos foi com a nossa cidade que continua diariamente a reclamação contra a indústria do excesso da água e hoje, finalmente, conseguimos construir a Comissão a esta Comissão tem a obrigação de oferecer uma alternativa à população de Porto Alegre, por que não é mais possível, pessoas que nunca pagaram o excesso d’água estejam pagando 700, 800 cruzados e qualquer Vereador desta Casa sabe e o PDT sabe, qualquer um sabe porque tem os seus eleitores e eles reclamam, esta indústria de água que o DMAE instalou, lamentavelmente com a nossa convivência, temos que reconhecer, tem um tempo determinado e esta semana é o período decisivo, de uma vez por todas a Casa tem que dar uma resposta ao Sr. Prefeito Municipal para evitar que ele vá à televisão, agora, no período eleitoral, e dizer de novo que foi ele quem ajeitou, que arrumou as coisas e resolveu tudo, como, aliás, costuma fazer sempre.

Por último, quero fazer um comentário, sem entrar no mérito absoluto de cada uma das decisões das pessoas que, neste prazo fatal de filiação partidária, trocaram de partido. Acho que tudo deve conter um ponto de reflexão. Até comentava, no início da Sessão, a fragilidade de nossos partidos políticos. É uma pena que não tenhamos hoje, Sr. Presidente, o partido integralista. Só tivemos dois partidos no País: o comunista, que depois subdividiu-se em dois, e o partido integralista. O resto, temos de reconhecer, são partidos de pessoas, infelizmente, ao sabor dos interesses de um ano, semestre ou de mesmo de um período legislativo. Essa fraqueza partidária, na verdade, se transfere à fraqueza das instituições brasileiras. Enquanto não tivermos partidos fortes, não teremos instituições fortes. Só teremos partidos fortes no momento em que as pessoas se derem conta de que efetivamente os partidos, para serem fortalecidos, precisam ter a suas representações com a maior autenticidade possível e desenvolver uma ação dentro da linha partidária; ao discordar dessa linha partidária, que tratem de mudar o partido e não sair do partido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PL, com a palavra o Ver. Jorge Goularte.

 

O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, leio na “Zero Hora”, sob o título “Balanças”: (Lê.)

“Há alguns anos, em períodos de grandes compras no Mercado Público, a Secretaria Municipal da Indústria e Comércio colocou uma balança de precisão na entrada, para que os consumidores pudessem saber se o peso da compra era realmente o marcado, principalmente nas tendas dos ambulantes. Agora, o serviço volta de forma permanente. Uma banca equipada com balança de precisão, eletrônica, com capacidade para 15 quilos, estará disponível no horário comercial. Pode ser que algumas relíquias ainda chamadas de balanças, agora sejam aferidas ou substituídas. É um bom serviço que a SMIC presta ao porto-alegrense.”

Eu queria dizer que, quando diz “há alguns anos”, foi em maio de 85, quando este Vereador, quando Secretário de Indústria e Comércio, instalou, por doação do Clube de Diretores Lojistas, duas balanças no Mercado Público – luta antiga do Ver. Raul Casa, que nós encampamos – e colocamos ainda balanças móveis para percorrer as feiras livres e não era, como diz aqui, para verificar apenas o preço, era para fiscalizar também a qualidade do produto. Então, quando eu vejo aqui como uma coisa importante dizer que uma banca equipada com balança de precisão eletrônica, com capacidade de 15Kg, isto aqui é muito antigo, uma coisa que, infelizmente, ao que vejo aqui foi desativada e que tem que continuar para impor respeito aos comerciantes e também para dar tranqüilidade aos comerciantes honestos, onde todos são declarados de honestos por alguns que praticam a retirada de pesos e também colocam frutas de má qualidade.

Então, eu apenas queria dizer, porque sai à população esta informação e vai ficar assim, isto é assim mesmo, sai como se fosse isto aqui e fica por isso mesmo; mas foi em 85, por iniciativa deste Vereador, quando Secretário e que fiz mais ainda e que lamentavelmente a população não tem mais ou seja, a venda direta do produtor ao consumidor. Quem não lembra que nas esquinas de Porto Alegre existia até venda de carne? Carne, gêneros, frutas, hortaliças. Quem não lembra que nós tínhamos os feirões, que percorríamos as vilas e criamos naquela oportunidade 57 pontos de vendas populares? O produtor vendendo direto ao consumidor, eliminando o atravessador. Este programa continua? Não, este programa não continua! A população fica sabendo? Não. Não fica. O tipo de informação é este aqui, infelizmente é este o tipo de informação que a população fica sabendo, é isto que sai no jornal e é isto que é transformado em verdades. São essas coisas que acontecem. Agora, o que nós podemos fazer? Continuar a solicitar que o Poder Executivo, naquelas coisas que são válidas, como a reativação do Centro Agrícola Demonstrativo, a Feira de Pequenos Animais, a Venda Direta do Produtor ao Consumidor, insisto, há coisa mais importante do que pegar o produtor e ele mesmo vender o seu produto em preço mais em conta? Quando se sabe que é o atravessador que leva a parte do Leão, sempre, e a população paga mais caro?

Então, apenas informando a alguns que estão aqui, porque no jornal vai sair apenas isto que está aqui, não tenho dúvidas. Quando sai, sai assim, distorcido, malfeito. Há algum tempo atrás alguém criou. Foi em maio de 1985, e foi para o bem da população de Porto Alegre. E não foi apenas uma balança, foram várias balanças, e alguma móveis, para percorrerem as feiras-livres e dar segurança para a população. E insisto aqui na necessidade da volta do programa de venda direta do produtor ao consumidor, os Feirões. Que em cada esquina tenha vendedor de frutas e verduras? Sim, ótimo, prefiro ver os jovens vendendo frutas e verduras do que roubando correntinhas. Prefiro que eles fiquem vendendo carne, arroz, feijão, nas esquinas, produção que pode ser feita no imenso Cinturão Verde que temos e não usamos. Quem é que sabe que Porto Alegre é o maior produtor de pêssego de mesa que temos? Ninguém sabe, por quê? Porque não se dão conta. Nós criamos a primeira feira de produção de pêssego de mesa em Porto Alegre, quando fomos Secretário, e pergunto: a população sabe que Porto Alegre é o maior produtor de pêssego de mesa do País? Ninguém sabe. Então, temos condições de ter um Cinturão Verde, de fazermos o produtor vender o seu produto, diretamente ao consumidor sem intermediários, basta incentivar, dar a este produtor maquinário, técnicas agrícolas, sementes adequadas, financiamentos junto aos Bancos, em vez do Banco do Brasil e da Caixa Econômica patrocinarem a Copa do Mundo, as comissões olímpicas, que peguem esse dinheiro para incentivarem o pequeno agricultor. Se gastam bilhões em propagandas desnecessárias e estúpidas, e a população fica desassistida de maior produção e de gêneros a melhor preço. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com a Bancada do PSDB, 5 minutos com o Ver. Caio Lustosa.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a opinião pública tem assistido nesta fase do calendário eleitoral, a intensa movimentação de Lideranças políticas, reformulação de posições, tanto no plano nacional, como regional. Então, a opinião pública há de notar que as eleições municipais irão, evidentemente, fazer com que o eleitorado que é, afinal de contas, o grande juiz do processo democrático, avalie os comportamentos, os desempenhos de uma ou outra agremiação, nessa fase tão turbulenta e tão penosa, do chamado processo de transição.

Nós, de um Partido que recém está engatinhando, sem pressa, o Partido da Social Democracia Brasileira, queremos aqui, não fazer uma avaliação de comportamentos, de acomodações e reacomodações dentro das leis partidárias, mas, neste tempo de tanto desencanto, de tanta desesperança para solução dos graves problemas econômicos e sociais deste País, dizer que é hora das lideranças mais conseqüentes e aí coloco os partidos, no caso de Porto Alegre, os partidos progressistas, sim, com compromisso para transformar ainda que num nível modesto, no plano municipal, esta realidade de politicagem e politiquice que esses partidos, mais do que nunca, através de suas lideranças conseqüentes devem fazer tudo para que as propostas realmente endereçadas para mudança, transformação, independente de personalismos, estrelismos venham prevalecer no debate do próximo pleito e superar aquele já histórico confronto, aquela falsa alternativa de escolher entre as posições conservadoras e as posições populistas, porque sabemos bem que o populismo nada mais é do que o discurso fácil dos comícios que se converte depois numa prática de manutenção dos privilégios, de perpetuação dos favoritismos, de arranjo para clientelas partidárias, enfim, faz que muda, mas não muda. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta é a posição do partido da Social Democracia Brasileira que entendemos deve cumprir aquele papel que, infelizmente, o partido do Movimento Democrático Brasileiro, pelas suas elites acomodadas e compromissadas não quis desempenhar. Oxalá que nesses meses, agora, que nos separam das eleições de 15 de novembro, setores comprometidos com a mudança, inclusive, de critérios políticos de arregimentação e de prática política, de superação dos currais eleitorais, numa cidade que se diz tão politizada como Porto Alegre, que do embate das diversas propostas partidárias, saia, afinal, um Prefeito que tenha compromissos com mudanças concretas na vida desta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com a Bancada do PT. Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o noticiário de hoje dá conta de que crianças moradoras do Beco do Adelar fizeram uma manifestação no sentido de reforçar uma reivindicação antiga que trazem às autoridades municipais, especialmente à Secretaria Municipal de Transportes, para que consigam um quebra-molas na Av. Juca Batista.

Há menos de um mês, presidida pela Verª Teresinha Irigaray, nós tivemos uma sessão do “Câmara e Comunidade” lá no Beco do Adelar, quando esta reivindicação do quebra-molas foi uma das reivindicações mais fortes daqueles moradores. Diziam eles que, além do quebra-molas, precisavam do acostamento naquela área. Posteriormente a isso, há quinze dias, houve um acidente de trânsito exatamente naquela área que resultou em mortes, uma ambulância que trafegava em alta velocidade, levando feridos, se chocou com um caminhão e os feridos da ambulância acabaram falecendo. E, ontem, então, tivemos a manifestação das crianças e dos jovens, moradores daquela área.

Todos nós sabemos que a questão do quebra-molas é uma questão contraditória, sem dúvida nenhuma, e discutimos amplamente esta situação quando da implantação do quebra-molas na escola em frente ao estádio do Sport Club Internacional. Eu, pessoalmente, inclusive, levantava dúvidas sobre a utilidade do quebra-molas, tal como estava sendo implantado, pela baixa altura que o obstáculo apresenta aos motoristas e dizia que não duvidava que, passados dois ou três meses, motoristas, sobretudo os que passam ali diariamente, acostumados com o obstáculo, quando muito diminuiriam um pouco a velocidade, mas não tenderiam a parar ou prestar maior atenção. De qualquer maneira, reconheço que, na prática, não tivemos mais acidentes, naquela área do Sport Club Internacional, na Padre Cacique e, portanto, coerente com aquela posição e com a experiência, eu entendo que é fundamental que todos nós, independente de partidos, instemos a SMT à colocação deste quebra-molas também na Juca Batista, que é uma área semelhante à da Padre Cacique, de alta velocidade, piorada a situação porque, bem na área de acesso à Vila, existe uma pequena curva que impede a visão. A administração Dib fez um alargamento da pista e, com isto, tirou o acostamento – quer dizer, se melhorou o fato de que o trânsito flui mais livremente, piorou no sentido de que flui com maior velocidade e não tem a garantia para os pedestres andarem por ali, porque o acostamento ficou extremamente precário. Eu entendo que a SMT, realmente, não pode se furtar ao encaminhamento de uma decisão, a não ser que, para o atual titular da SMT, reivindicação de classe média alta tenha que ser atendida e reivindicação de povão tenha que ficar na gaveta, esperando mais uma morte, ou coisa parecida. De maneira que o meu pronunciamento é no sentido de reforçar aquela reivindicação que foi apresentada a esta Casa e encaminhada por esta Casa através dos poucos Vereadores presentes naquela noite. Lembro-me que, além da Verª Teresinha Irigaray e de mim, que abrimos a Sessão, compareceu depois o Ver. Zanella, a Verª Bernadete Vidal, o Ver. Flávio Coulon. E creio que fomos nós que estivemos lá naquela reunião. Mas, realmente, acho que é importante que esta reivindicação seja retomada e que a SMT providencie, com a maior urgência possível, a colocação deste quebra-molas, talvez até de um quebra-molas duplo, quer dizer, antes e depois da escola. O que não podemos admitir é que se espere mais um acidente de morte, talvez então com crianças daquela escola, para daí, eventualmente se tomar alguma providência. Esse é o nosso registro, o nosso apoio ao movimento da Associação Comunitária que reivindica apenas um direito de preservar a sua vida e das suas crianças. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Como o Ver. Lauro Hagemann está afônico, pediria ao Ver. Jorge Goularte, Secretário “Ad Hoc”, que proceda à verificação de quórum para entrarmos na

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.) Há 10 Srs. Vereadores, presentes em Plenário, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo quórum para a continuidade dos trabalhos, registramos as presenças dos Vereadores Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Flávio Coulon, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Raul Casa e Valdir Fraga.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 15h43min.)

 

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